quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Jornalismo Investigativo: A série Crimes sem Castigo

Viviane Menosso (aluna UP), Rogério Galindo (jornalista da Gazeta do Povo), Bruna Alves (aluna UP), Victor Turezo (aluno UP), Vitório Peluso (aluna UP) e Kátia Brembatti (jornalista da Gazeta do Povo e professora da UP).
Foto de Suelen de Paula.
Olá! Hoje tivemos mais uma palestra na Semana de Comunicação.
O tema tratado foi ‘’Jornalismo Investigativo: A série Crimes sem Castigo”, que foi publicada na Gazeta do Povo entre os dias 4 a 12 de agosto de 2013.
O convidado para conduzir a palestra foi Rogério Galindo, formado em jornalismo e publicidade pela UFPR, fazendo mestrado em filosofia e autor do  blog Caixa Zero da Gazeta, é também um dos responsáveis pela série. A série Crimes sem Castigo trata sobre a impunidade existente em Curitiba.
Rogério inicia sua participação contando que a série teve um ano e meio de investigação para então ser publicada. Foram apurados mais de 145.000 inquéritos policiais referentes a 1.000 homicídios dolosos ocorridos entre 2010 e 2013.
A motivação da sequência de reportagens para Crimes sem Castigo foi ‘’cobrir o que está acontecendo e não o que já aconteceu’’ – Rogério Galindo. Mostrar de maneira ampla qual é a situação dos homicídios em Curitiba hoje. Ter uma visão com maior vastidão sobre o que está acontecendo nos nossos dias. Segundo Galindo, Curitiba tem mais assassinatos no período de um ano do que diversos países da Europa, como a França.
Rogério conta que a polícia não deu muito auxílio em relação aos inquéritos, então precisaram de astúcia para conseguir o material. O promotor de justiça de Curitiba foi contatado e só aí conseguiram o conteúdo de que careciam. ''Vivemos em uma sociedade de pouca transparência'' relata Galindo.
Durante um ano apenas tiraram cópias desse material. No começo de 2013 começaram a ler esses inquéritos e montar um banco de dados. A partir deste banco de dados foram criadas as pautas para as matérias.
Mas se todo esse material começou a ser analisado apenas no começo deste ano, como conseguiram montar as reportagens e publicar em tão pouco tempo? Talvez essa seja uma dúvida, e usarei a frase de Rogério para respondê-la: "Se você tem informação relevante, consistente, a parte de escrever a matéria é fácil".
Foram gastos um ano e meio para fazer a série, mas a parte das entrevistas e da edição das matérias levaram apenas 3 semanas. Para Galindo a parte mais complicada foi montar o banco de dados.

Rogério Galindo continua a sua participação declarando que o estado brasileiro, pelo menos em Curitiba, é incapaz de fazer com que as pessoas sejam presas, fazendo com que elas retornem ao faroeste e façam justiça com as próprias mãos. Para ele, parece que o assunto de morte sistemática de uma parcela consistente da população não atinge aos cidadãos em geral. Isso gerou grande indignação no jornalista.

Galindo conclui afirmando que o jornalismo tem um papel civilizatório, que deve mostrar as pessoas não apenas o que está acontecendo de errado, mas apontar caminhos, defender valores...
“O futuro do jornalismo é ser relevante, enquanto formos relevantes as pessoas procurarão a gente. E para ser relevante é necessário investigação.” – Rogério Galindo
Questionado sobre a importância da série em sua carreira jornalística, Rogério usa uma frase de Guimarães Rosa para responder: ‘‘É mais importante construir pirâmides do que biscoitos”, contextualizando sobre o seu trabalho como blogueiro da Gazeta na editoria de política. Para ele, a série Crimes sem Castigo foi o seu projeto mais importante.  

A série feita pelos jornalistas Rogério Galindo, Bruna Walter, Rosana Félix e José Lopes, todos da Gazeta do Povo, também contou com a participação de cinco alunos da Universidade Positivo como estagiários voluntários, que ajudaram na investigação dos inquéritos e na composição do banco de dados. São eles: Bruna Alves do 1º ano; Victor Turezo do 2º ano; Viviane Menosso, também do 2º ano, Vitória Peluso e Renata Martins do 3º ano.
Em entrevista para nosso grupo, Vitória Peluso contou que o estágio durou um mês, sendo usadas duas semanas para auxiliar na série. Para ela, aluna do 3º ano, a oportunidade trouxe seu primeiro diferencial profissional, já que sua vontade é trabalhar no jornalismo impresso.

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