quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Ética Jornalística: As duas dimensões no caso Tayná

Felipe Harmata (mediador), Rafael Moura, Isabel Mendes e Roberto Rolim
Foto de Suelen de Paula
Oi leitores! Infelizmente esse é o último dia da Semana de Comunicação UP, e para encerrarmos, o blog Juventude Apurada participou também da palestra de hoje, chamada ‘’A ética jornalística em duas dimensões: O caso Tayná’’, o crime que comove o Brasil inteiro desde o mês de junho.

A palestra contou com a participação de Isabel Mendes, advogada e coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná, Rafael Moro, jornalista formado pela UFPR e correspondente do site UOL em Curitiba, e Roberto Rolim, ex-advogado de defesa dos 4 suspeitos do crime, que confessaram o estupro e assassinato da menina Tayná, de 14 anos, devido à torturas sofridas pela polícia civil.
Todos eles estão muito preocupados com a atual situação do jornalismo brasileiro, e nos passaram conselhos muito úteis e valorosos. 

“Se esse crime fizer com que a polícia seja mais cautelosa ao apresentar os suspeitos de crimes, já é um grande ganho’’, disse Rafael Moura.
A exposição que um suspeito sofre é capaz de destruir todo o seu futuro, e os jornalistas têm sido meros reprodutores de declarações das fontes, sem se preocupar com essa exposição perigosa.
Este caso ensina muito sobre qual a credibilidade de uma fonte oficial. Para Rafael, a palavra da polícia, especificamente neste caso, foi tida como verdade absoluta, mas um bom profissional deve sempre desconfiar. Não se toma uma informação como verdade, é necessário desconfiar, apurar todos os lados.
Para ele, essa falta de apuração dos fatos, falta de ir atrás das informações, investigar, se deve a uma crise no mercado do jornalismo, pois existem poucos jornalistas nas redações dispostos a saírem do lugar de conforto e a investigarem, passarem tempo em outra cidade, convivendo com outras pessoas, em outra rotina.
A exposição dos suspeitos antes de uma averiguação adequada, que esclareça as dúvidas da população e do próprio jornalista, pode destruir uma família.

Sobre essa exposição, o doutor Roberto Rolim disse a seguinte frase: ‘’É como se subisse em um edifício, abrisse um travesseiro de penas e jogasse lá de cima as penas ao chão. As penas nunca acabarão, algumas o vento leva para longe, outras as pessoas pegam’’...
Roberto conta que no caso de Tayná, o Ministério Público quis muito manter sigilo total, mas para ele, a luta deve ser por manter o mais público possível todas as investigações, todas as informações. Isso evitaria muito do abuso de poder que sabemos que é praticado.

‘’A gente reproduz declarações de fontes. Isso é jornalismo?’’ Pergunta Rafael Moura. ‘’O jornalista não é um reprodutor de release. A gente não reproduz nem o que o governo diz, por que acreditamos fielmente na polícia?’’ É assim que ele responde seu próprio questionamento.
E se eu, como jornalista, ao dar uma notícia usar as minhas frases no futuro do pretérito? Estarei utilizando da ética jornalística no meu trabalho. Dar uma notícia relevante, de grande circulação pública e colocar como título, por exemplo, ‘’Esses são os supostos criminosos que teriam assassinado a menina de 14 anos’’, com certeza me salvará de um grande processo, mas não salva a pessoa que sofreu tal exposição das consequências, que com certeza serão levadas e lembradas para o resto da vida.
Dessa forma o jornalista está agindo dentro da ética jornalística, mas e a ética moral? Ao menos não deveria contar? Pergunta Rafael Moura. ‘’Para dar qualquer informação, o jornalista tem que estar muito bem embasado’’, ele completa.

Quando foi debatido o assunto da tortura que os quatro suspeitos do crime sofreram na cadeia pela polícia civil, Isabel Mendes deixa bem clara a sua opinião ‘’A tortura não cabe ao culpado, nem ao inocente’’.
A falta de punição às autoridades gera certo sentimento de superioridade, de estar à cima da lei. O povo se revolta com tantas coisas, mas por que em relação a esse assunto somos tão omissos?

O caso Tayná não é um caso isolado, ele é apenas mais uma gota em um oceano, mas ganhou relevância e conhecimento nacional porque a família da menina não se conformou e buscou a imprensa para conseguir ajuda, para conseguir com que sua voz fosse ouvida e que ao menos o crime fosse investigado. Os erros da polícia também alarmaram mais ainda a sua repercussão. 

Rafael encerra sua participação declarando o seguinte: ‘’Ouvir um lado e o outro não quer dizer que você está fazendo um bom jornalismo. O jornalista tem que ir atrás da informação, reproduzir mais do que as fontes dizem. O jornalismo atual virou um jornalismo declaratório’’.

Isso nos leva a pensar sobre nosso futuro papel como agentes transmissores da informação, como formadores de opinião, pontes de acesso do povo até a notícia.
O jornalismo investigativo precisa antes de tudo investigar, e não apenas reproduzir as declarações das fontes oficiais. É necessário voltarmos ao primeiro amor, àquela paixão pela profissão, tal qual que nos faz ir em busca de desafios, de novas informações, novos conhecimentos. Releases prontos não são para jornalistas investigadores. Sensacionalismo também não. O jornalismo investigativo não tem espaço para colocar o que "eu acho", expor o meu juízo de valor. As informações dadas pelos jornalistas são levadas muito a sério, são capazes de destruir uma vida, ou não.
O novo e bom jornalismo está em nossas mãos, futuros profissionais da comunicação, apaixonados pelo que fazemos. A paixão nos move a fazermos as coisas com maior empenho, com maior perfeição.
Antes de qualquer coisa, apaixone-se pela sua profissão, apaixone-se pela oportunidade ser alguém que tem a chance de formar opinião, sendo ela boa ou ruim, apaixone-se por ser capaz de dar a notícia à população que está sedenta por algo novo, algo inédito, algo interessante.

Encerro a cobertura da Semana de Comunicação UP com duas frases de Felipe Pena, que têm tudo a ver com o que aprendemos hoje na palestra: "No jornalismo não há fibrose. O tecido atingido pela calúnia não se regenera. As feridas abertas pela difamação não cicatrizam. A retratação nunca tem o mesmo espaço das acusações.'' E "Jornalismo investigativo não se baseia em denúncias, apenas começa com elas. A base mesmo é uma sólida pesquisa por parte do repórter." 

Espero que a partir de hoje, todos nós que ouvimos ou lemos sobre esta palestra, na verdade sobre tudo o que foi postado no blog e ministrado na Semana de Comunicação, tenhamos um novo ponto de vista para fazermos um jornalismo diferenciado, um jornalismo esperado há tanto tempo pela população inconformada.

Um grande abraço a você que investiu seu tempo buscando novos conhecimentos!

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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Jornalismo Investigativo: A série Crimes sem Castigo

Viviane Menosso (aluna UP), Rogério Galindo (jornalista da Gazeta do Povo), Bruna Alves (aluna UP), Victor Turezo (aluno UP), Vitório Peluso (aluna UP) e Kátia Brembatti (jornalista da Gazeta do Povo e professora da UP).
Foto de Suelen de Paula.
Olá! Hoje tivemos mais uma palestra na Semana de Comunicação.
O tema tratado foi ‘’Jornalismo Investigativo: A série Crimes sem Castigo”, que foi publicada na Gazeta do Povo entre os dias 4 a 12 de agosto de 2013.
O convidado para conduzir a palestra foi Rogério Galindo, formado em jornalismo e publicidade pela UFPR, fazendo mestrado em filosofia e autor do  blog Caixa Zero da Gazeta, é também um dos responsáveis pela série. A série Crimes sem Castigo trata sobre a impunidade existente em Curitiba.
Rogério inicia sua participação contando que a série teve um ano e meio de investigação para então ser publicada. Foram apurados mais de 145.000 inquéritos policiais referentes a 1.000 homicídios dolosos ocorridos entre 2010 e 2013.
A motivação da sequência de reportagens para Crimes sem Castigo foi ‘’cobrir o que está acontecendo e não o que já aconteceu’’ – Rogério Galindo. Mostrar de maneira ampla qual é a situação dos homicídios em Curitiba hoje. Ter uma visão com maior vastidão sobre o que está acontecendo nos nossos dias. Segundo Galindo, Curitiba tem mais assassinatos no período de um ano do que diversos países da Europa, como a França.
Rogério conta que a polícia não deu muito auxílio em relação aos inquéritos, então precisaram de astúcia para conseguir o material. O promotor de justiça de Curitiba foi contatado e só aí conseguiram o conteúdo de que careciam. ''Vivemos em uma sociedade de pouca transparência'' relata Galindo.
Durante um ano apenas tiraram cópias desse material. No começo de 2013 começaram a ler esses inquéritos e montar um banco de dados. A partir deste banco de dados foram criadas as pautas para as matérias.
Mas se todo esse material começou a ser analisado apenas no começo deste ano, como conseguiram montar as reportagens e publicar em tão pouco tempo? Talvez essa seja uma dúvida, e usarei a frase de Rogério para respondê-la: "Se você tem informação relevante, consistente, a parte de escrever a matéria é fácil".
Foram gastos um ano e meio para fazer a série, mas a parte das entrevistas e da edição das matérias levaram apenas 3 semanas. Para Galindo a parte mais complicada foi montar o banco de dados.

Rogério Galindo continua a sua participação declarando que o estado brasileiro, pelo menos em Curitiba, é incapaz de fazer com que as pessoas sejam presas, fazendo com que elas retornem ao faroeste e façam justiça com as próprias mãos. Para ele, parece que o assunto de morte sistemática de uma parcela consistente da população não atinge aos cidadãos em geral. Isso gerou grande indignação no jornalista.

Galindo conclui afirmando que o jornalismo tem um papel civilizatório, que deve mostrar as pessoas não apenas o que está acontecendo de errado, mas apontar caminhos, defender valores...
“O futuro do jornalismo é ser relevante, enquanto formos relevantes as pessoas procurarão a gente. E para ser relevante é necessário investigação.” – Rogério Galindo
Questionado sobre a importância da série em sua carreira jornalística, Rogério usa uma frase de Guimarães Rosa para responder: ‘‘É mais importante construir pirâmides do que biscoitos”, contextualizando sobre o seu trabalho como blogueiro da Gazeta na editoria de política. Para ele, a série Crimes sem Castigo foi o seu projeto mais importante.  

A série feita pelos jornalistas Rogério Galindo, Bruna Walter, Rosana Félix e José Lopes, todos da Gazeta do Povo, também contou com a participação de cinco alunos da Universidade Positivo como estagiários voluntários, que ajudaram na investigação dos inquéritos e na composição do banco de dados. São eles: Bruna Alves do 1º ano; Victor Turezo do 2º ano; Viviane Menosso, também do 2º ano, Vitória Peluso e Renata Martins do 3º ano.
Em entrevista para nosso grupo, Vitória Peluso contou que o estágio durou um mês, sendo usadas duas semanas para auxiliar na série. Para ela, aluna do 3º ano, a oportunidade trouxe seu primeiro diferencial profissional, já que sua vontade é trabalhar no jornalismo impresso.

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Vamos politicar?

Hoje foi o segundo e último dia da oficina de Jornalismo Político na Semana de Comunicação UP.
Tivemos um momento mais descontraído, onde Cliceia Alves mostrou na prática o dia-a-dia de um jornalista político.
Ela contou sobre as consequências da série ‘’Diários Secretos’’, publicada pela Gazeta do Povo em 2010 para divulgar desvios de dinheiro na Assembleia Legislativa do Paraná. 
Os resultados  da série incluem a modernização tecnológica da ALEP e a maior transparência do gasto de dinheiro público. Além de as medidas tomadas pela diretoria da ALEP na época para contornarem a situação de escândalo ter gerado uma economia de R$ 90 milhões.
Cliceia encerra a sua participação na Semana de Comunicação dizendo que: 
‘’Política é indispensável, e se nós a rejeitarmos o estrago vai ser maior. Os maus políticos vão agradecer essa atitude.”

Tivemos duas aulas esclarecedoras sobre política, que com certeza ou despertaram o interesse dos alunos nessa área ou fizeram com que eles resolvessem que política não é o seu assunto preferido.
Dois dias são muito pouco para um tema tão complexo e amplo como política. 
Para Cliceia, o povo ainda não tem o interesse necessário pelo assunto. O essencial para construir uma população cidadã e que exerça definitivamente esse papel seria integrar a política como matéria acadêmica, como assunto corriqueiro e principalmente fazer dela um tema de interesse público, principalmente dessa nova geração de jovens tecnológicos, tornando-a compreensível.
Se todos soubessem que pessoas morreram nos tempos da ditadura para podermos exercer o nosso direito a cidadania hoje, a política seria tratada com maior consideração e interesse.

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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Abertura Semana de Comunicação UP e Palestra Múltiplo Leminski

Ana Mira, Daniel Zanella, Áurea Leminski, Estrela Leminski e Alice Ruiz.

No dia 20 de agosto de 2013 ás 10 horas da manhã, foi oficialmente aberta a Semana de Comunicação UP, uma parceria entre os cursos de publicidade e propaganda e jornalismo da Universidade Positivo. Quem deu as boas-vindas aos alunos foram as professoras Ana Mira, Maria Zaclis, Elza Leão e Christiane Monteiro.
A Semana de Comunicação oferecerá inteiramente grátis aos alunos palestras, mesas redondas, oficinas e um contato maior com profissionais do ramo.

Logo após a apresentação, foram convidadas a falar Alice Ruiz, viúva de Paulo Leminski, Áurea Leminski e Estrela Leminski (filhas), que deram início a palestra Múltiplo Leminski.
Um momento descontraído e cheio de informação aos apaixonados pelas obras de Leminski e por seu trabalho em geral, que descobrimos que são tantos.
Para quem ainda não o conhece, recomendo uma pesquisa sobre Paulo, que foi um escritor paranaense, jornalista, publicitário, músico e letrista. Mas foi lançado nacionalmente através de sua música melódica.

Quem deu início ao bate-papo foi Áurea, que é jornalista, apresentadora de programas culturais e telejornais. Áurea contou um pouco sobre o objetivo da exposição Múltiplo Leminski no Museu Oscar Niemayer, que é mostrar como Paulo era um intelectual erudito, que se sacrificou para chegar aonde chegou e também revelar todas as facetas de Paulo Leminski.
Anteriormente a exposição já foi apresentada em São Paulo, no Itaú Cultural em 2009, e no Sesc Consolação em 2010. Mas apenas em Curitiba foi possível mostrar as obras originais que estavam guardadas e muito mais, devido ao espaço físico muito maior ofertado pelo MON.
Áurea ressaltou sua felicidade ao saber que em Foz do Iguaçu 43 mil pessoas visitaram a exposição em 40 dias. Para ela o número de visitas seria bem menor, já que competir com duas maravilhas do mundo é muito difícil: a Usina de Itaipu e as Cataratas do Iguaçu.

Logo após Áurea, Estrela também conversou com os alunos. Estrela Leminski é compositora e escritora. Ficou responsável por toda a obra musical de Paulo.
Estrela também noticiou o preparo de um acervo digital com mais de 10 mil obras de Paulo Leminski, que dentro de dois meses já será disponibilizado a universidades e bibliotecas para ser um material de pesquisa a estudantes, historiadores e quem se interessar pela trajetória de Paulo.
Estrela bateu na tecla de direitos autorais, já que a maioria das rádios não informa quem é o compositor da música, tirando os devidos créditos dele. Ela contou que ‘’Verdura’’, famosa na voz de Caetano Veloso, é uma composição de Paulo com parceria do irmão e da banda A Chave. As obras musicais de Paulo Leminski acabaram ficando restritas a vídeos cassete devido a essa falta de se creditar o compositor.
Estrela nos contou sobre um projeto em parceria com a Petrobrás de fazer um mapeamento de todas as músicas inéditas de Paulo e construir um cd duplo com elas e com as parcerias musicais. Esse song book não foi começado efetivamente, mas propagará uma catalogação de todo seu trabalho musical.
Estrela se refere ao pai como um melodista, cancionista, que tinha uma facilidade musical rara, criativo e um criador melódico.
Ela também citou que nas exposições Múltiplo Leminski sempre tem um show que arremata a exposição com músicas de Leminski, tendo participações especiais de parceiros.

Após Estrela, quem tomou a palavra foi Alice Ruiz, viúva de Paulo Leminski e escritora.
Ela iniciou sua participação contextualizando a vida de Paulo como escritor. Logo de início ela lança uma pergunta: Como um livro de poesia vira best seller?
Segundo Alice, a geração de Leminski só investia em poesias de mortos consagrados, a poesia não tinha reconhecimento. Ela diz que quando o mercado não queria investir nesse gênero da literatura, eles estavam matando-o. Por conta disso nasceu a poesia marginal, já que os poetas não se conformavam. A poesia marginal foi o primeiro passo para o sucesso que vemos hoje da poesia como forma de literatura, cultura e etc. Na poesia marginal os escritores eram seus próprios editores, eles eram independentes na construção de seus exemplares, não tinham contribuição nenhuma. A precariedade era  a marca registrada dos exemplares da poesia marginal. Com isso, Paulo e Alice começaram a editar sozinhos os livros.
Para Alice “poesia é a voz do contemporâneo, mesmo a poesia de vanguarda. É uma espécie de porta voz do pensamento de uma época”.
Paulo era um grande intelectual e caminhou em direção à simplicidade com todo o conhecimento que teve, colocou isso para ser acessível a todos, com senso de humor, de forma lúdica, de forma que as pessoas compreendessem.
Alice conta que de repente a editora Brasiliense em São Paulo resolveu investir em poesia. Selecionou entre os poetas marginais alguns que eles achavam mais interessantes e falou que queriam publicar. Aí nasceu a primeira edição patrocinada. Nasce o primeiro livro de Paulo Leminski: Caprichos e Relaxos, que surpreendentemente foi best seller em 1983, superando todas as expectativas.

A palestra teve participação de Daniel Zanella, aluno do último ano de jornalismo e autor do blog Cenas Urbanas, da Gazeta do Povo. Para ele, a obra de Leminski consegue atingir diversas fatias de leitores. Daniel opinou dizendo que ‘’a poesia tem dificuldade de inserção no contexto cultural brasileiro’’.

Em contrapartida, a publicação de ‘’Toda poesia’’ pela Companhia das Letras em fevereiro de 2013, já após a morte de Paulo, revela que a cultura brasileira tem espaço sim para a poesia. O livro que chegou a vender mais de 20 mil exemplares em um mês e meio, hoje tem mais de 60 mil cópias vendidas e é um best seller, derrubando até mesmo a supremacia de Cinquenta Tons de Cinza de E. L. James, que durava mais de um ano nas Livrarias Cultura.

Para finalizar o bate-papo, a professora Ana Mira questiona Alice se ela tinha ideia de que o livro Toda poesia faria tanto sucesso. Alice Ruiz respondeu que sim, ela já tinha noção do sucesso que o livro de Paulo faria, já que sua obra é tão atual. Mas Alice não imaginava que Paulo Leminski ‘’ressuscitaria’’ tão fortemente.

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Início da Semana de Comunicação UP e um pouco sobre Jornalismo Político

Olá leitores!
Hoje se iniciou a Semana da Comunicação UP e antes mesmo da abertura oficial e da palestra com a família Leminski, houve oficinas onde os alunos puderam participar.
Me inscrevi na oficina de Jornalismo Político, que tem duração de dois dias, e tive como mentora Cliceia Aparecida Alves, formada em jornalismo pela Universidade Tuiuti do Paraná, pós-graduada na Universidade Federal do Paraná em Ciência Política e fez seu mestrado também na UFPR. Atualmente estuda Sociologia na PUC PR. Cliceia trabalha na liderança da assessoria de imprensa do PT no Paraná.
Achei super interessante a paixão dela por política e a facilidade em deixar transparecer essa paixão e despertar em seus alunos, pelo menos em mim, uma ponta de curiosidade sobre política, que se bem estudada e cultivada, com certeza pode virar um amor maior e até mesmo uma profissão a ser seguida.
No primeiro dia de oficina sobre Jornalismo Político, Cliceia apresentou a divisão dos poderes. São eles divididos em:
Executivo: dispõe sobre a organização e o funcionamento da administração estadual, na forma da lei;
Legislativo: fiscaliza o executivo e cria leis;
Judiciário: julga de acordo com as leis; os tribunais e juízes são independentes e estão sujeitos somente à lei.
O foco do jornalismo político seria o Legislativo, que segundo Franklin Martins é “o termômetro da política em geral”.
Após essa apresentação, Cliceia falou sobre o Jornalismo Político Ontem e Hoje, contextualizando sobre como os jornais em 1950 não tinham nenhuma preocupação em ser impessoais. Trouxe as manchetes de alguns jornais da época referente a disputa das eleições presidenciais entre Getúlio Vargas e Brigadeiro Eduardo Gomes, que teve como vencedor Getúlio, mas que tinha Brigadeiro como candidato preferencial aos jornais, que não tiveram nenhum receio em deixar sua opinião bem clara e favorecer muito a candidatura de Brigadeiro Eduardo Gomes. Em 1950 os jornais não tinham preocupação com a isenção.
A partir de 2002 isso começou a mudar, na disputa entre Lula e Serra para as eleições presidenciais, os jornais começaram a ser neutros; já que dois novos atores entram na cena política: o mercado e as pesquisas de opinião. O mercado devido a forte influência política e, as pesquisas de opinião pois através delas já se tem ideia do que o povo em geral pensa.
Essa alteração no cenário político é fruto de 2 processos de transformação ocorridos nas últimas décadas: um afetou os jornais diretamente, e o outro foi o perfil do leitor que mudou.
O que afetou os jornais foram a modernização e a tecnologia, que fizeram com que tudo caminhasse mais rápido.
E o novo perfil do leitor refere-se a uma busca da população por notícias mais amplas e abrangentes, por áreas que até então os jornais não se preocupavam em cobrir.
A partir daí, os jornais adotaram novas estratégias para informar e vender seu produto. São elas: impacto na alma e na cara dos jornais.
Impacto na alma pois tiveram que deixar bem claro que vendiam informação e não opinião.
Impacto na cara devido a começarem a cobrir áreas que antes eram desprezadas.
Cliceia A. Alves também nos alerta que apenas noticiar o fato por si só não vai esclarecer a política, é necessário contextualizar, conhecer os jargões políticos para poder informar ao leitor algo que ele compreenda.
Cliceia encerra mostrando que ''não basta dar a notícia, é preciso qualificá-la, relacioná-la com outros fatos, explicar suas causas e avaliar possíveis consequências''.
Um bom livro para quem quer conhecer um pouco mais sobre o jornalismo político é ''Jornalismo Politico'' do autor Franklin Martins.
Esse foi o assunto tratado no primeiro dia da oficina de Jornalismo Político. Amanhã posto mais sobre o que será passado.
Não esquecendo que ainda hoje colocarei no blog a cobertura da palestra Múltiplo Leminski, com a esposa e as filhas de Paulo Leminski como convidadas.
Abraços!

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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Vamos nos conhecer...

Olá leitores, vamos nos conhecer um pouco?
Eu sou a Luíza, moro em Paranaguá, estou cursando o 1º ano de jornalismo na Universidade Positivo, em Curitiba. Minha rotina é ir e vir de van todos os dias atrás do meu maior sonho: a formação em jornalismo.
Este blog foi criado com o objetivo de avaliação para a disciplina de Comunicação e Cultura Digital, já que nesse bimestre estamos falando sobre Convergência Transmídia e seu papel nos veículos de comunicação.
Através desse blog cobrirei a Semana de Comunicação UP, que acontece entre os dias 20 a 22 de agosto de 2013, na Universidade Positivo em Curitiba. Irei postar matérias, fotos, etc, sobre 3 palestras que acontecerão nesses dias. Tudo aqui postado é de minha autoria.
Por enquanto, temos a confirmação de três palestras: A da Família Leminski, no dia 20/08, às 10:00h, no dia 21/08, também às 10h uma palestra sobre Jornalismo Investigativo: A série Crimes sem Castigo, e no dia 22/08 às 10h a palestra sobre a Ética Jornalística em duas dimensões: O caso Tayná.
Além das palestras, a Semana de Comunicação UP também realizará oficinas com os alunos dos cursos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo.
Será de extrema utilidade para os acadêmicos participarem desses eventos, já que serão tratados assuntos corriqueiros a rotina dos jornalistas, e sairemos de lá, com certeza, com grande conhecimento.

Abraços e até a Semana de Comunicação UP.