quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Invasão na Síria: paz ou poder?

A Primavera Árabe de 2011 no Egito e na Tunísia influenciou os sírios a irem às ruas durante o mês de março, em oposição ao regime político de Bashar Al-Assad. Os sírios protestavam contra a estagnação política e pediam uma reforma democrática. Os protestos não foram bem aceitos pelo governo, que respondeu com medidas radicais. As tropas do governo começaram a abrir fogo contra civis, que disparavam de volta. A partir daí, forças rebeldes surgiram e começaram a se armar para combater a violência do sistema político, levando os conflitos a destruírem cidades inteiras. A tensão crescente entre os dois grupos criou o atual estado de guerra civil e, até o final de agosto de 2013, em cerca de dois anos e meio de conflito, 110 mil pessoas morreram. 

Em 21 de agosto de 2013, um suposto ataque químico deixou cerca de 1,3 mil mortos, segundo rebeldes sírios. O acontecimento chocou a comunidade internacional, uma vez que o uso de armas químicas é proibido, inclusive em situação de guerra. Em meio a essa situação, é muito complicado decidir intervir no conflito, visto que as opções militares não ajudam muito: enviar armas aos rebeldes, mesmo que ajude a derrubar o ditador Al-Assad, acabaria dando poder aos islâmicos fundamentalistas, o que levaria, possivelmente, a uma segunda guerra civil. E uma intervenção como a ocasionada pelos Estados Unidos no Iraque, aceleraria as mortes aumentando o antiamericanismo no mundo árabe. Entretanto, no dia 04 de setembro de 2013, a Comissão de Relações Exteriores do Senado americano aprovou um projeto do presidente Barack Obama para uma operação militar contra o regime sírio, com bombardeios em áreas militarmente estratégicas na Síria.  

Isso nos leva a questionar a real lógica da intervenção americana, visto que conhecemos a história totalmente capitalista dos Estados Unidos. Até hoje é questionada a invasão do Iraque em 2003 pelo país. O pretexto para a invasão foi a alegação de que o Iraque tinha armas nucleares, o que se mostrou inverídico. No entanto, existem duas razões que podem ser mais bem aceitas: os americanos estavam de olho na imensa fonte de riqueza iraquiana – o petróleo, o que dificilmente teriam por baixo preço com Sadam Hussein no poder; Ou, como se sabe, os americanos ganham muito dinheiro com a fabricação de armas e, essa indústria está sempre exigindo guerras para se movimentar. Logo, uma guerra era necessária para livrar algumas dessas indústrias da falência. Quem sabe sejam apenas teorias, mas que existe lógica, isso é indiscutível. Por que enquanto milhões de pessoas morrem de fome na África, por exemplo, os Estados Unidos não se mobiliza para ajudar? Porque infelizmente a África não representa maior poder aquisitivo para eles! Já a Síria, tem como economia o petróleo, ou seja, benefícios aos EUA. Qual a lógica do Barack Obama em querer invadir a Síria e matar sírios? Seria algo mais ou menos assim: “Na Síria, sírios estão matando sírios. Vamos invadir a Síria e matar sírios, para mostrar aos sírios que matar sírios é errado.” Ou... Também existe interesse (apenas) econômico por trás disso! 

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